Penso nos anos em que o mundo parecia se acalmar enquanto eu afundava mais na lama. Uma hora o jogo vira, sempre vira, mas acho que estou pronto para o filhodaputa.
2009 foi um ano bacana pra mim. Acordei com uma contemplação na lei Rubem Braga para colocar o Peroás e Caramurus na rua. Colocamos em dezembro, dizendo pro povo da saga azul e verde que coloriu nossas ruas por quase um século. O texto, escrito com Nieve Matos, tem pouco a ver com o que eu costumo escrever, mas acredito que foi um tributo e reconciliação com minha formação acadêmica no velho e “bom” curso de História da Ufes, onde conheci gente que tá na minha vida até hoje (hermanos vagabundos).
Depois veio o maluco do Alexandre Serafini, cineasta, produtor, vagabundo, pinguço, arruaceiro, milagreiro, maratonista seguindo bunda, e, apesar disto - ou sobretudo por isto - um cara legal. O maluco queria que a gente escrevesse um roteiro de curta-metragem. Escrevemos juntos o “
E seguimos. Cárcere, solo cênico do meu grande amigo e irmão Vinícius Piedade, cujo texto tem meu dígito ao lado do dele, foi aprovado no projeto de circulação de espetáculos teatrais da Secretaria Estadual de Cultura – Secult, passando por Mimoso do Sul, Viana, Vila Velha, Pancas, Barra de São Francisco e Nova Venécia. Casa lotada quase sempre e gente nos tratando muito melhor do merecíamos (falo por mim). E viajamos com gente de primeira: Adriana Sipolatti, nossa produtora local, capaz de explicar o inexplicável; Overlan, nosso mestre da elétrica e eletrônica, cheio de fãs no interior; e Nieve, minha esposa chefona.
Cárcere rendeu um livro e, quem sabe, a história para um livro no futuro. Foi a obra que Rodrigo Caldeira escolheu para iniciar a Editora Cousa, que neste mesmo ano, em dezembro, lançaria o livro de poesias explosivo de Danilo Ferraz, A Fábrica. Vejamos: dois livros em quatro meses, dramaturgia e poesia... Nada mal.
Falando em explosivo, em outubro recebi uma bomba: meu livro inédito, Ponto Morto, havia ganhado o edital de literatura da Secult 2009 na categoria romance. Duas coisas aqui: a primeira é que consegui a grana para pagar a festa de aniversário da minha filha; a segunda, não tão surpreendente quanto pagar algo para a filha com literatura, é que saí da dramaturgia em direção à prosa longa em 30 dias. Algumas pessoas saberão exatamente do que estou dizendo.
2009 passou. E eu sigo, ouvindo meu Sampaio, lendo meu Carlinhos Oliveira, bebendo no Cochicho, pegando estrada... Sendo pai, marido e mordomo de gato (O Cruel apareceu em 2009 também). É assim mesmo que tem que ser. Que venha 2010.
--
6 comentários:
Que em 2010 você continue na estrada, criativo, colhendo os frutos desse trabalho de vida. Saudades, amigo.
saldo mais que positivo!!!
bote pra fuder.
Preocupa não: 2010 vai ser muito melhor!
Abraços,
R. Caldeira
saudações Saulo. E que em 2010 o texto de final de ano tenha umas vinte linhas a mais pra falar o que aconteceu de bom.
beijos da GG ( Garota-Google)
Postar um comentário