Um homem de idéias firmes, eu sou. Se é para sair de Vitória e deixar o bom e velho Cochicho da Penha, de atendimento excêntrico e coxinha como rainha do cardápio, vou para Ouro Preto e freqüento o Barroco, de atendimento excêntrico e coxinha no mesmo patamar.
Os dois bares são bem freqüentados, mas na semana passada, sábado de aleluia, o Barroco superou o Cochicho. Estávamos bebendo todas quando entrou pela porta um anjinho de cabelos compridos, com tudo que anjo tem direito, da asa à auréola. Pensei que a culpa era da maldita cachaça que usam para fazer o cachamel, mas eu só tinha tomado cerveja até aquela hora. O anjo flutuou entre todos aqueles bêbados e foi até o balcão, entregou o dinheiro enroladinho para o próprio Barroco (o Seu Geraldo de lá) que rapidamente serviu a coxinha. Comeu ali mesmo, como se fosse ambrosia (e era), depois saiu flutuando, da mesma forma que entrou. Eu refleti alguns segundos sobre aquilo, quase um minuto. Daí desisti de entender o sagrado e suas núpcias com o profano, pedi uma merecida cachaça.
3 comentários:
Os anjos, Saulo, eles estão em toda parte.
grande abraço
haha... Que delícia ler isso. Vi toda a cena transcorrer diante dos meus olhos fundos e cansados, com um sorriso no canto da boca! Adorei, Saulinho!Tô ansiosa pra ler páginas e páginas tuas.
Ahhh, coxinha no mesmo patamar que a do cochicho? Só acredito vendo, ou melhor comendo! hehe
Estou de prova, vi o tal anjo.
Pri, D. Conceição que não me ouça, mas a de lá não está no mesmo patamar,não. É bem melhor...
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